O especialista fala sobre as novas tecnologias para esse tratamento que chegou a Grande Vitória há pouco tempo
Na última sexta-feira (19), o cantor Wesley Safadão teve que cancelar sua agenda de shows devido a fortes dores na coluna, utilizando suas redes sociais no final de semana para explicar a ausência. Segundo Wesley, não é a primeira vez que sente a coluna travada, mas desta vez acredita que seja um problema muscular.
Nas gravações, Safadão aparece ao lado de um profissional, que esclareceu que o cantor não sofreu danos neurológicos ou perda de força e que já havia iniciado o tratamento com medicação diretamente na coluna, um procedimento conhecido como infiltração ou bloqueio na coluna.
Esse procedimento é eficaz e seguro, pois é realizado por meio de uma técnica minimamente invasiva para tratar doenças da coluna. Segundo o ortopedista e membro da Sociedade Brasileira de Coluna, Lourimar Tolêdo, a abordagem consiste na administração de medicamento diretamente na região afetada, visando aliviar a dor e reduzir a inflamação.
“As infiltrações na coluna são tratamentos auxiliares em diversas condições que acometem a estrutura músculo-esquelética da coluna, especialmente para alívio da dor e inflamação. Recentemente, houve uma evolução nesse procedimento: o uso de ultrassom para aplicação do bloqueio de forma mais precisa”, afirmou o ortopedista. O especialista explicou que o uso do ultrassom neste tipo de tratamento aumenta a eficácia da injeção, guiando a agulha ao local exato da lesão no corpo do paciente:
“Antigamente, os bloqueios na coluna eram realizados com um intensificador de imagem, que é um equipamento de raio-X. Esse método não proporcionava a imagem em tempo real, expunha o paciente a uma quantidade maior de radiação e exigia um uso maior de anestésicos. Hoje, com o ultrassom, conseguimos posicionar a agulha nas articulações acometidas e nos forâmes – locais onde passam as raízes nervosas através da coluna vertebral para os membros”, acrescentou.
O ultrassom melhorou significativamente esse processo, proporcionando uma imagem em tempo real, reduzindo a exposição à radiação e diminuindo a necessidade de anestésicos.
Devido à segurança, eficácia e resultados rápidos do procedimento, no sábado (20), Wesley Safadão voltou aos palcos para novas apresentações.
Entenda o problema do cantor
O artista sofre com hérnia de disco, e já precisou alterar a data de eventos entre junho e julho de 2022. Safadão inclusive precisou de internação e cirurgia para tratar o problema. Ele ficou internado em São Paulo (SP) após realizar cirurgia como parte do tratamento da hérnia de disco. O procedimento ocorreu após o artista quase sofrer com síndrome da cauda equina, uma consequência rara do problema nos discos.
Segundo Lourimar Tolêdo, a síndrome da cauda equina é consequência de um problema que atinge um grupo de nervos localizado dentro do canal espinhal. A cauda equina é composta pelos nervos lombares e sacrais. “A síndrome ocorre quando esse grupo de nervos é comprimido”, explicou Lourimar, acrescentando que a causa mais comum dessa ocorrência é a hérnia de disco. No entanto, o problema pode ocorrer também por tumores, infecções, traumas e fraturas na coluna.